... finda a bonança, e chegada a tempestade que cercava, o que resta é abandonar as armas
e retomar a luta ...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

:::por fim:::

sinto muito frio...
muito.
que se vá de mim toda querência.
cuidado!
com o que tu queres.
há que se conseguir...

guerra armada ao que em mim é nato.
a inconsistência de campos já tomados.
caio acabada por algoz, rotina.
inconformada ao que se me reprima,
a se instalar na imensidão do anseio.
ânsia de estar na dimensão do sonho.
render-se imune ao que antes devaneio?
ou se amparar em provisão divina?...
primeira imagem presa na retina.
primeiro tempo em que não mais sentia.
quero agarrar o que em mim é raro,
quero afastar o que me contagia.
mas pode o corpo derrubar castelos.
ou pode o corpo render-se como esteio...
escolha feita sem sequer sustento,
suporto alma e já me silencio.
se rasga a calma e não se vê no rosto.
fico impassível onde se lê verdade.
finjo vontades e mais não me envergonho.
ganho a batalha e perco a roda-vida.
afago o pranto e meus caros desejos...
amparo certo, são fiel mortalha.
compartes nobres de resguardo e luta.
hão de aquecer-me à hora derradeira.

faz frio,
muito frio...

paula quinaud

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