(na despedida do autor do mês)
porque gabo continua meu autor de cabeceira...
porque cem anos de solidão é um dos livros da minha vida...
porque eu sigo encontrando Macondo pelo mundo...
"... porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oprtunidade sobre a terra."
Porque ouvi certa vez o Ferreira Gullar dizer que O Amor Natural do Drummond foi um livro divisor de águas na sua vida. Disse que quando o leu pela primeira vez, percebeu que a poesia podia tanto. Ser aquilo tudo, levar, enlevar... Quis ser poeta.
E comigo foi bem assim com Cem anos de solidão. Minha experiência mais definitiva.
Um soco na boca do estômago, que me cortava respiração por instantes, me fazia parar para absorver o genius loci da escrita alheia.
Passei a entender um livro como um lugar onde queria estar... sempre.
E eu nunca conseguia me preparar para o novo soco da frase seguinte...
Relia e relia e tornava a ler, na tentativa tola de absorver tudo.
Tola.
A cada nova página, todo aquele universo já se modificava - em cenários, estéticas e personagens.
E a releitura tornava a ser a primeira.
Acho que foi assim, depois de tantos livros já lidos, que me tornei leitora.
porque eu tive a sorte de ler na 7º edição – Ed. Sabiá.
tradução de Eliana Zagury.
e com o melhor, as ilustrações de Carybé (Hector Julio Páride Bernabó):
aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
Gabriel Garcia Marquez
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