gatos, cacos, riscos, trapos e qualquer poesia.
de lua, da rua, daqui e de todo lugar...
... aqui os poemas de onde foram extraídos alguns pensamentos de gatos...
senhorinha velha que olha do espelho!...
cadê suas rendas e alfinetes?
e as enredas e os babados?
o amor em redondilhas?
do brilho no olho, nem falo...
deixa a sombra na janela,
e a sombrinha na empena dos pensamentos.
perfume de coisa guardada.
será rastro de alfazema?
ou só flores de alecrim?
rosa branca, chá da tarde.
rosa chá de cor fugida.
e lembrança amarelada.
a voz ainda é firme,
a postura ereta.
mas a alma arqueia tanto...
e no oco dos seus ais qualquer um se reconhece.
tem as carnes pouco usadas.
silhueta um tanto gasta.
tem bom trato e aflição.
sofre de ausências.
sente absurdos.
e leva abismos de dor singela,
guardados na quebra de um tempo.
onde as dores eram com medidas.
as emoções revestidas.
e as noites bem veladas.
embala a tristeza que sempre foi sua.
devolve a candura que já não quer mais.
e sorri ao que é correto...
menininha antiga, que não sabe morrer.
paula quinaud
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