... finda a bonança, e chegada a tempestade que cercava, o que resta é abandonar as armas
e retomar a luta ...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A primeira vez...

A apatia daqueles dias conseguia esmaecer as cores até do céu imaculadamente azul, onde nem cirros nem nimbos se atreviam a estar. Olhava a imensidão e ao invés de magnificamente opressora, e mesmo tendo a perfeita consciência da beleza e, ou, apesar dela, tudo era ínfimo, pequeno, desbotado. Gasto como se às vezes fizesse parte de um tempo, uma vida recorrente, na qual estava estranhamente deslocada, descolada. Sem aderência possível a lhe ater. Sem ponto possível a permanecer. Sofria. E sofria mais nessa sensação de sofrimento antigo. Como se o sentisse existência após existência e tivesse a noção de sua pena por toda a eternidade. Foi interrompida na melancolia pelo sorriso encabulado do filho, lhe pedindo permissão de se intrometer em pensamentos de importância tal. Riu de volta. Riso sincero, resignado no amor que emanava daquele um metro de altura............ Pensou nisso: Tem instantes que o amor vem em ondas Intensas notas dissonantes Estardalhaço Tem dias que é tudo abandono Apatia, letargia, suspensão Estando, sem estar Como um céu de estrelas mortas Com um brilho que acompanha A prole da prole da prole Da última das gerações (minha) E que, já não existindo, soa infinito Ante essa humana pequenês – Encarcerada no tempo Condenada ao espaço Limitada na consciência que pontua Enlouquece na lucidez que confere Meu medo me espreita de longe Marca de perto Não aborda, é sádico Fala um sussurro oco Retumba dentro de mim Ecoa no vento que me gela a espinha Todo dia e novamente ::: minhas muitas tentativas de escrita, impressões, paixões, drops de poesias, “minhas” músicas e livros... tudo que é grande demais pra caber dentro do peito, transbordamentos de alma... pra isso esse blog se presta :::

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